São João é tempo de forró, quadrilha e canjica, mas a beleza do fogo traz junto intoxicação por fumaça, queimaduras e doenças respiratórias. As emergências de hospitais costumam receber uma grande quantidade de pacientes com esse tipo de problema no mês de junho. Na hora de fazer a fogueira é importante escolher madeira proveniente da poda de árvores.
A tradição nordestina de acender fogueiras vem da religião católica: Isabel, mãe do apóstolo João, que se tornaria o mais famoso santo junino, teria avisado à prima Maria do nascimento do filho por meio de uma fogueira.
“O ideal seria que as pessoas pudessem fazer [a fogueira] junto com a comunidade, para diminuir a quantidade de fogueiras para evitar ao máximo a exposição”, sugere o médico alergologista Waldemir Antunes. Ele indica ainda que o fogo seja aceso em descampados ou em locais onde a fumaça possa se dissipar mais rápido.
Por causa da fumaça, muita gente sofre nessa época, principalmente quem tem problemas respiratórios. Quem tem predisposição a asma ou rinite deve evitar o contato com a fumaça e o fogo. “Serve também para os pacientes que nunca tiveram um diagnóstico prévio. Se sentirem qualquer alteração ou irritação, por menor que seja o sintoma, já serve como alerta para a pessoa se afastar da fumaça e se divertir de outra forma, dançando quadrilha, comendo as comidas típicas”, orienta o médico.
Quando há irritação nos olhos, o médico recomenda lavar olhos e nariz com soro fisiológico, de preferência em temperatura um pouco mais baixa. “O mais importante é a prevenção. Nunca deixar seu filho fazer o que quer, tem que ouvir um ‘não’ e mostrar os riscos de brincar com fogo”, sugere. Segundo Waldemir, não se deve subvalorizar os sintomas ou deixar passar o feriado para procurar ajuda médica.
Em casos de queimadura, não se deve colocar margarina, pasta de dente, clara de ovo, gelo ou qualquer outro produto caseiro. O ferimento deve ser lavado com água corrente e, caso forme bolhas, elas não devem ser estouradas.
11H