Nesta terça-feira (14), a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que a velocidade de transmissão da variante ômicron segue ritmo sem precedentes. Tedros Adhanom, diretor da entidade, afirmou que a nova cepa já foi encontrada em 77 países.
Além disso, especialistas afirmaram que o uso somente de vacinas não será suficiente para barrar a transmissão da ômicron.
“É necessário agir agora [para evitar pressão nos sistemas de saúde]”, disse Michael Ryan, diretor-executivo do programa de emergências em saúde da entidade. Ele ainda ressaltou sobre outras medidas, como usar máscara, evitar aglomerações, prezar por ambientes bem ventilados e fazer testes e sequenciamento genético.
No estado de São Paulo, já foram confirmados cinco casos em decorrência da ômicron. A variante acionou o alerta da comunidade internacional devido ao seu grande número de mutações.
As mais preocupantes são as 30 presentes na proteína S, que são utilizadas pelo vírus para entrar nas células humanas. É a partir dessas proteínas que as vacinas atuais são produzidas e, por isso, estudos estão sendo realizados para entender se elas poderiam ser menos eficientes contra a cepa.
A BioNTech e a Pfizer afirmaram que três doses de seu produto neutralizaram a nova variante em um teste em laboratório. Segundo as empresas, duas doses resultaram em anticorpos neutralizantes significativamente mais baixos contra ela, mas uma terceira dose aumentou os anticorpos neutralizantes.
A OMS já havia indicado que eram necessários novos estudos para confirmar se o reforço da vacina seria suficiente contra a cepa.
Nesta terça (14), Adhano afirmou que a organização “não é contra os reforços vacinais“, mas é “a favor da equidade [das vacinas]”, apontando a necessidade de imunizar pessoas em países ainda com baixa cobertura vacinal.
Outra pesquisa da Agência Britânica de Segurança da Saúde mostrou que duas doses da Pfizer ou AstraZeneca têm uma proteção bem menor contra a ômicron ao comparar com a delta. Com a dose de reforço, foi visto que a proteção para infecções sintomáticas ficou em torno de 70% para os dois imunizantes.
Estudos que miram uma terceira dose dos imunizantes contra a ômicron também são realizados por outras farmacêuticas. A Moderna, por exemplo, planeja produzir uma dose específica para a ômicron, que pode estar pronta em março de 2022.
A Sinovac, empresa chinesa que produz a Coronavac, é outra farmacêutica que programa uma versão atualizada da vacina contra a ômicron em até três meses.
Mesmo com essas suspeitas, a OMS já frisou que os imunizantes disponíveis ainda são de extrema importância para barrar a transmissão do vírus e evitar mortes causadas por Covid-19.
Na entrevista desta terça, todos os especialistas da organização solicitaram para que os países aumentem suas taxas de vacinação com o objetivo de evitar cenários mais críticos da pandemia.
Alguns pontos que ainda estão em aberto são a transmissibilidade e a gravidade da variante. De acordo com a OMS, dados preliminares mostram que a nova cepa tem capacidade de transmissão maior que a delta, mas causa quadros clínicos menos graves.
A organização afirmou no domingo (12) que “a ômicron deve superar a delta nos lugares onde há transmissão comunitária”.
Por ora, as máscaras de proteção devem ser reforçadas para barrar a transmissão da variante, afirmam especialistas. Outra medida tomada contra a transmissão da variante é a adoção do passaporte vacinal para permitir a entrada somente de pessoas em viagens internacionais que já tenham o esquema vacinal completo.
No Brasil, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), estabeleceu a obrigatoriedade do passaporte da vacina contra Covid-19 para todo viajante que vier do exterior para o país.
Desde segunda-feira (13), a Anvisa começou a exigir o certificado de vacinação de quem entra no Brasil por aeroportos ou na fronteira terrestre, mas já foi reportado que nem todos os viajantes passam pela fiscalização.
Recentemente, a AGU (Advocacia Geral da União) solicitou para Barroso revogar a obrigatoriedade do passaporte ao afirmar que “brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil possam regressar ao país na hipótese de não portarem comprovante de imunização, desde que cumpram com a quarentena”. Com informações da Folhapress
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