A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgou uma nota onde informa que está monitorando a situação em Pernambuco, após surto de um tipo de lesão misteriosa na pele que causa coceira. O estado já registrou mais de 200 casos — 134 no Recife, 62 em Camaragibe e 6 em Paulista.
Uma equipe de especialistas das secretariais estadual e municipal (do Recife) de saúde estão investigando a possível causa do problema. Desde o início do surto, diversas possíveis causas vêm sendo apontadas.
Uma pesquisa do Núcleo de Estudos em Farmacoterapia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), divulgada na última sexta-feira (26) pelo site g1, relaciona a escabiose (sarna humana) ao uso indiscriminado de ivermectina. De acordo com os pesquisadores, esse estudo pode ajudar na investigação do surto registrado em Pernambuco.
Em entrevista ao jornal Folha de Pernambuco, o infectologista Demetrius Montenegro, que constitui o grupo que investiga as causas das lesões, descartou a possibilidade de que elas estejam associadas à Covid-19 ou vacinação e minimizou as chances de o problema ter relação com arboviroses (como Dengue).
O especialista afirmou ainda que amostras de água da região onde se concentram os casos estão sendo analisadas e que foi iniciada uma pesquisa de ácaro na pele de pessoas que apresentaram a lesão. Uma das doenças causadas por ácaro é a sarna.
Ademais, outra hipótese levantada pelo infectologista é que as lesões possam ter sido causadas por um desiquilíbrio ambiental. Alguns dos bairros com mais casos estão próximos a áreas de mata. Entretanto, ainda não há certezas sobre as origens e causas do problema.
“A SBD afirma ser prematuro definir causas e diagnósticos com base em hipóteses que, sem confirmação, apenas podem gerar pânico ou trazer percepção de insegurança na comunidade. Assim, a Sociedade Brasileira de Dermatologia solicita à população que aguarde o avanço das investigações em andamento e continue a seguir as orientações das autoridades sanitárias”, afirma a nota.
Os primeiros casos dessas lesões de pele que causam coceira começaram a aparecer no começo do mês de outubro. Os principais sintomas apresentados pelos pacientes são vermelhidão e coceira no local, normalmente localizadas no tronco e nos braços.
O problema já afetou pessoas de todas as idades, indo desde crianças de 2 anos a idosos com 96 anos. Até o momento, não houve registro de agravamento associado a esses quadros.
Em nota, a Secretaria municipal de Saúde do Recife (Sesau) informou que “as investigações estão sendo feitas por meio de exames laboratoriais e de ações nas localidades, entre elas, a captura de mosquitos e de ácaros“. A pasta disse também que nesta semana “serão realizados exames de raspado de pele em pessoas que apresentaram os sintomas“.
A Sesau recomenda que pessoas que apresentam esses sintomas não se automediquem, mantenham as mãos higienizadas e busquem uma unidade de saúde para receber o tratamento médico.
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