De acordo com a assessoria da PF, estima-se que o esquema tenha causado um prejuízo de mais de R$ 30 milhões nos últimos anos. Além dos três advogados detidos, a Polícia cumpriu ainda 13 mandados de busca e apreensão, sendo 11 na Paraíba, um no Rio Grande do Norte e outro em Pernambuco.
A Polícia fez buscas em escritórios de advocacia e cumpriu mandados de sequestros de veículos e bloqueio de uma conta bancária considerada importante para a investigações. Outros advogados também foram intimados para indiciamento.
Segundo as investigações, a fraude teria começado a partir de um oficial de justiça do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) que, apresentando documentos falsos, conseguiu indevidamente uma inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A partir de então, associou-se a advogados dos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
Há indícios de que o grupo costumava captar pessoas humildes em diversas cidades e abrir, em nome delas, processos para o recebimento do seguro. No dia da audiência, os usuários eram muitas vezes substituídos por integrantes do esquema criminoso. Quando ganhavam a causa, os advogados recebiam o pagamento da indenização e apropriavam-se dos valores. Segundo a polícia, em alguns casos as ações judiciais foram ingressadas mediante pagamento de vantagem financeira a servidor público, a fim de agilizar o trâmite dos processos.
Os detidos podem responder, inicialmente, pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, apropriação indébita, uso de documentos falsos, falsa identidade e lavagem de dinheiro.
O seguro obrigatório por Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) indeniza vítimas de acidentes causados por veículos que têm motor próprio (automotores) e circulam por terra ou por asfalto (vias terrestres), segundo definição do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).