Investigadores da 12ªDP (Copacabana) colheram informações de testemunhas de que o turista americano Robert Scott Utley, detido na última quarta-feira ao tentar deixar o Brasil sem pagar a conta do hotel em que estava hospedado, bebia em média de 20 a 15 caipirinhas por dia. Solteiro e morador da Califórnia, Utley era visto todos os dias no bar e no restaurante do Hotel Porto Bay, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Funcionários do estabelecimento contaram, ainda, que o serviço de quarto serviu várias vezes o “drink preferido californiano” em seu quarto.
— Eu cheguei a ver o gringo pelos menos umas seis vezes no bar. Junto com ele, o copo de caipirinha. De longe parecia ser uma pessoa educada, que não gostava de chamar a atenção. Ele é uma pessoa grande e deve ser por causa disso que o álcool não o atingia — contou um funcionário do hotel que pediu para não ser identificado.
As testemunhas, no entanto, garantiram que, mesmo bebendo muito e rápido, o americano em nenhum momento de sua permanência no hotel causou problemas. Robert, de 54 anos, foi preso no Aeroporto Internacional Tom Jobim após sair sem pagar a conta de conta de R$ 15 mil. Apenas em caipirinhas, o turista teria consumido R$ 6 mil. O drink no hotel custa R$ 20 e, para gastar os R$ 6 mil, o turista deve ter consumido em torno de 270 copos.
O americano tentou pegar o voo de volta aos Estados Unidos na noite de quarta-feira e foi detido no aeroporto por policiais da delegacia de Copacabana, que haviam sido avisados pelo hotel da tentativa de fuga. O policial contou que ele estava hospedado no hotel desde o dia 26 de abril, e que sua reserva iria até esta sexta-feira. Os investigadores esclareceram que, na noite de quarta-feira, o americano pediu a um motorista do próprio hotel que o levasse ao aeroporto, onde iria acertar problemas de passagem. Robert Scott saiu carregando apenas uma mochila.
— Ele foi embora sem levar a mala com roupas. Parece que deixou no quarto. Quando o motorista voltou ao hotel sem o passageiro, os gerentes desconfiaram e ligaram para a companhia aérea, que confirmou o seu nome e um voo naquela noite — continuou o funcionário do Porto Bay.
Na delegacia, Scott informou que seu cartão de crédito estava clonado e precisou ser cancelado. Por isso ele não teria quitado a despesa. Ele disse, ainda, ter problemas no coração e, por isso, teria antecipado a viagem para um tratamento. O delegado responsável pelo caso, Alexandre Magalhães, autuou Scott no artigo 176 do Código Penal, que trata de pequenas fraudes.
Após assinar um termo se comprometendo a comparecer à Justiça brasileira sempre que solicitado, o turista foi encaminhado para o Consulado Americano. Os parentes dele foram acionados para que a dívida seja negociada. Por se tratar de um crime de menor potencial ofensivo, o americano foi liberado e tem autorização para voltar ao seu país. (O Globo)
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