Uma missão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) inspecionará as empresas envolvidas em pesquisas de vacinas para o combate à Covid-19.
Entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro, representantes da agência reguladora irão avaliar as condições dos laboratórios da Sinovac e da Wuxi Biologics.

A viagem tem o intuito de analisar se as empresas cumprem os requisitos necessários para o registro de vacinas caso as pesquisas que estão sendo desenvolvidas indiquem a eficácia e os responsáveis queiram comercializar os remédios no Brasil.
A Sinovac desenvolve a vacina Coronavac em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo. Em outubro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou a aquisição de 46 milhões de doses. No dia seguinte, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo federal não compraria a “vacina chinesa” que ainda não possuía eficácia garantida.
Nesta semana, a Anvisa fez um anúncio sobre a interrupção dos testes com a Coronavac alegando a existência de um evento adverso, que no caso teria sido a morte de um voluntário no estudo. No entanto, o Instituto Butantan disse que o falecimento não teve relação com a vacina, o que gerou reações de políticos e pesquisadores sobre a atuação da Anvisa. Na última quarta-feira (11), os testes tiveram a retomada autorizada pela Anvisa.
A Wuxi Biologics faz insumos para a vacina de Oxford, nome dado para o tratamento que também se encontra em fase de testes e é desenvolvido por um consórcio constituído pela instituição de ensino britânica e pelo laboratório Astrazeneca. O governo brasileiro, mesmo antes da conclusão das pesquisas e comprovação da eficácia, firmou acordo com o grupo responsável para adquirir insumos para a fabricação da vacina no país, tarefa que ficará a cargo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Na última semana, a Fiocruz informou que submeterá à Anvisa documentos para a avaliação dos testes realizados pela Astrazeneca e pela equipe de pesquisadores da Universidade de Oxford envolvida no desenvolvimento da vacina. A expectativa da Fiocruz é iniciar a produção de doses da vacina em janeiro do ano que vem. Via Folha de Pernambuco