O homem acelerou quando se aproximava de um posto de controle perto de uma igreja localizada na cidade de Bauchi, no estado homônimo, onde foi reforçada a segurança desde os ataques dos últimos meses atribuídos ao grupo Boko Haram.
Ao menos 15 pessoas, incluindo o suicida, morreram e outras 40 ficaram feridas, afirmaram os serviços de socorro regionais.
“Depois da explosão da bomba (na cidade de Bauchi), a equipe de operações de emergência foi ao local para socorrer as vítimas. Ela retirou 40 pessoas feridas e registrou 15 mortes”, indicou em um comunicado a agência de emergência do estado de Bauchi.
Os feridos foram levados a um hospital local e a polícia isolou a área do atentado, segundo a nota.
“Temos um posto de controle perto da igreja que impediu o autor do atentado de atingir seu alvo”, afirmou o responsável da polícia do estado, o delegado Mohammed Ladan. “Ele jogou o carro contra uma grade de segurança e o veículo explodiu”, completou.
Segundo vários moradores, a potência da explosão foi tão forte que derrubou a igreja, localizada nos arredores de Bauchi.
Algumas testemunhas contaram que dezenas de pessoas fugiram após a explosão, algumas delas em direção às chamas, do lado de fora do templo.
“Foi uma confusão quando moradores e fiéis tentaram fugir”, contou uma testemunha, Timothy Joshua.
Outra testemunha, que pediu para não ser identificada, disse que um suposto cúmplice do suicida foi linchado pelos moradores, mas a polícia não confirmou essa informação.
O cúmplice “saiu do carro e tentou fugir, mas foi perseguido por um morador e por fiéis que o espancaram até a morte”, completou.
O atentado não foi reivindicado, mas o grupo islâmico Boko Haram, responsável por diversos ataques que deixaram mais de 1.000 mortos desde julho de 2009, costuma tomar os cristãos e as igrejas do norte do país como alvo, sobretudo nos dias de celebrações religiosas.
A Nigéria é povoada majoritariamente por muçulmanos no norte e por cristãos no sul.
Desde a eleição do presidente Goodluck Jonathan há um ano, Boko Haram intensificou os atentados sangrentos, ampliando sua área de atuação e diversificando os alvos.
Depois de ter aumentado o número de assassinatos de policiais e de autoridades locais em seu reduto do nordeste do país, o grupo praticou uma série de atentados suicidas na capital, Abuja, contra a sede da ONU, o quartel-general nacional da polícia e inclusive contra um influente jornal.
A maioria das vítimas é de confissão muçulmana, mas o movimento também atacou cristãos, em igrejas do centro e do norte.
Em Bauchi, onde muçulmanos e cristãos entraram em conflito no passado, um atentado do Boko Haram contra um quartel deixou 13 mortos em maio de 2011, horas depois de ter sido inaugurado pelo presidente Goodluck Jonathan.
Além disso, em setembro de 2010, Boko Haram organizou uma fuga de presos que permitiu a libertação de centenas de seus membros. (AFP)