“Subiram em cima de mim, minha irmã”. Estas foram as palavras que Juciléia Maria Matos ouviu de sua irmã gêmea, Lucicléia Maria Matos, 38 anos, instantes antes de vê-la morrer nesta sexta-feira (30) na Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima, na cidade de Salgueiro. Para Juciléia, a morte foi causada por um parto forçado de uma criança de quase cinco quilos. “Eu pedi para fazer cesárea, mas a médica disse: vai ser normal e se eu não fizer ninguém vai fazer”, denuncia Juciléia, dizendo que se sentiu humilhada ao ouvir isso. Moradora de uma casa simples na Rua 13 do bairro Cohab, Lucicléia entrou para as estatísticas de mortes nos serviços prestados pelo SUS.
Os familiares informaram ao Blog de Alvinho Patriota, que estão inconformados com o caso, durante toda esta sexta-feira Lucicléia estava saudável. O pré-natal não apresentou qualquer problema em sua gravidez. Os problemas começaram quando ela foi enviada para a Casa de Saúde pela equipe do Postinho de Saúde da Cohab. Juciléia conta que na maternidade não fizeram ultrassom, realizaram apenas o toque varginal e decidiram fazer o parto normal. A grávida teve hemorragia, não resistiu ao sofrimento e veio a óbito. Felizmente a criança sobreviveu.
“Minha irmã me disse que várias pessoas subiram em cima dela. Ela passou umas duas ou três horas para morrer e me disse tudo”, revela Juciléia, que considera a morte de total responsabilidade da maternidade e pede justiça. Nossa reportagem procurou a direção da Casa de Saúde, mas a diretora não se encontrava. Fica o espaço aberto para a unidade se defender.
11H