Diante do crescente número de mortes e de gastos decorrentes do tabagismo, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) ressalta que o fumo, durante a gestação, pode se relacionar ao surgimento de quadros de obesidade infantil e juvenil.
Estudos reforçam que o risco desse sobrepeso aumenta de acordo com o número de cigarros fumados diariamente pela gestante.
Para especialistas da Abeso, o fumo na gravidez propicia o nascimento de bebês abaixo do peso, com genoma programado para contínua retenção de alimentos e nutrientes, o que abre portas para a pré-disposição para um futuro quadro de obesidade.
Segundo a endocrinologista da Abeso Maria Edna de Melo, a manutenção do hábito de fumar durante a gravidez atua diretamente na fisiologia da placenta. Isso, de acordo com ela, interfere na oxigenação e no fornecimento de nutrientes ao feto. Por consequência, comprometem-se o crescimento e o desenvolvimento fetal. Esse cenário favorece o aparecimento de quadros de desnutrição intrauterina e de nascimento de bebês com baixo peso.
Além disso, Maria Edna explica que esse menor aporte de nutrientes causa um efeito em que o genoma da criança se adapta à contínua situação de escassez de alimentos. Diante de um cenário de alimentação normal, o corpo da criança tende a reter calorias e nutrientes para uma possível recorrência de um quadro de restrição alimentar. É isso que predispõe à obesidade.
Estudo da Universidade de Munique, publicado no Jornal Americano de Epidemiologia, mostra que crianças cujas mães não fumaram na gestação possuem 2,2% de chances de desenvolverem obesidade. Entre aquelas, cujas mães fumaram até 10 cigarros diários, a possibilidade sobre para 5,7%. E os bebês, fruto de uma gestação em que a mulher fumou mais de 10 cigarros por dia, possuem 17% de chances ter sobrepeso e 8,5% de desenvolver obesidade. (Blog Casa Saudável)
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