O Laboratório Central do Ceará (Lacen) confirmou o diagnóstico de raiva humana no garoto de nove anos, internado no hospital e Maternidade São Vicente de Paulo, no município de Barbalha, no interior do Ceará. A informação é do diretor do próprio hospital, Ernani de Freitas.
Segundo ele, agora é aguardado uma segunda confirmação do exame, que será feito em São Paulo. “Essa segunda confirmação será considerada oficial pelo Ministério da Saúde.”, afirmou o diretor.
O material para o exame já foi encaminhado na tarde desta quarta-feira (7) para São Paulo, segundo informações do coordenador de promoção e proteção à saúde da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), Manoel Fonseca. “O material coletado está sendo encaminhado hoje para São Paulo e deve chegar no laboratório na quinta-feira. Aguardamos o resultado até o fim da semana”, afirmou o coordenador à reportagem.
O garoto, internado no hospital e maternidade São Vicente de Paulo, no município de Barbalha, vizinho a Jati, continua em coma induzido como parte do tratamento indicado pelo Ministério da Saúde, conhecido como Protocolo de Recife.
Ainda segundo Fonseca, apenas um dos medicamentos que faz parte do protocolo de Recife, ainda não foi ministrado. Isso porque o remédio só é repassado pelo Ministério da Saúde após a confirmação do diagnóstico de raiva humana nos dois exames. “Quando sair o resultado do exame de São Paulo confirmando o diagnóstico, o Ministério repassa o medicamento direto para o hospital, não vem nem via Secretaria”, disse o coordenador.
Mesmo com a falta desse remédio, Fonseca afirmou que o tratamento não é ineficaz. “O tratamento segue aqui no estado como se o exame já fosse positivo. Só este remédio é que ainda não foi ministrado, mas isso não altera e nem faz do tratamento ineficaz”, confirmou. A opinião também é compartilhada pelo diretor do hospital, Ernani de Freitas. “A médica que está cuidando do caso confirmou que, devido ao coma induzido, o remédio pode ser ministrado após alguns dias, sem prejudicar o tratamento”, afirmou Ernani.
Nem o coordenador nem o diretor do hospital informaram o nome do medicamento, segundo eles, por medida de segurança e para evitar auto-medicação da população.
PROTOCOLO DE RECIFE – De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento que leva o nome da capital Pernambucana é o modelo a ser seguido para tratamento de casos de raiva em humanos no Brasil. Ele foi adotado pelo ministério após curar um adolescente de 16 anos em 2008, no hospital Oswaldo Cruz, no Recife, e por isso leva o nome da cidade.
Na medicina, o tratamento já curou dois pacientes no mundo. O primeiro caso de cura foi registrado em 2004, na cidade Milwaukee, nos Estados Unidos.
CASO – O garoto foi internado no hospital e maternidade São Vicente de Paulo na terça-feira (7) com sintomas de febre, vômitos e inquietação. A primeira suspeita era de que fosse meningite, mas o diagnóstico mudou quando a família informou que o menino havia sido mordido por um sagui no dia 3 de fevereiro, no sítio onde a família mora, no município de Jati.
De acordo com Manoel Fonseca, o menino não informou à família de que havia sido mordido.
HISTÓRICO – No Ceará já foram registrados dois casos de raiva humana em 2010. Um garoto de 10 anos do município de Ipu e um agricultor de 26 anos no município de Chaval vieram a óbito por causa da doença. (Do NE10)
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