Marinho disse ainda estranhar a posição do Judiciário sobre o caso. Para ele, existem dois erros. O principal deles seria que o desembargador não mediu as consequências da decisão ao colocar em confronto as classes responsáveis pela defesa da população. “Uma briga entre as polícias não é bom para a segurança pública, já que prejudica o Pacto pela Vida; também não é bom para a sociedade nem para as duas categorias.” Marinho disse ainda que “o governo mostra dessa forma que não tem habilidade de negociar e, quando não tem, usa da força para impedir os movimentos, sem medir as consequências”.
SEGURANÇA – Para garantir a segurança no protesto, o Sinpol pediu aos policiais que não fossem armados e, segundo o presidente, vai verificar quem realmente faz parte do movimento. “Vamos evitar que culpem os policiais civis caso aconteça alguma confusão.”
Marinho afirmou que, se acontecer algum incidente a um policial civil, vai responsabilizar o desembargador Silvio de Arruda Beltrão e o Governo de Pernambuco. “Vamos comunicar a decisão ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e pedir avaliação sobre o caso. Também estamos em contato com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para pedir que enviem um representante dos direitos humanos como observador”, alertou.
A passeata pela Zona Norte da capital vai sair da sede do Instituto de Criminalística (IC), na Rua Odorico Mendes, no bairro de Campo Grande, às 14h, e seguir pela Estrada de Belém até a sede do Governo do Estado, que funciona, excepcionalmente, no Centro de Convenções. Depois, uma assembleia decide os próximos passos do movimento grevista.
PAUTA – A reivindicação é por reajuste salarial de 65%, adicional noturno, horas-extras, vale-refeição e melhorias de locais de trabalho e equipamentos de segurança, como coletes à prova de bala, entre outras medidas. Eles pedem que o salário em Pernambuco seja o segundo melhor do País e primeiro lugar no Nordeste, passando o inicial de Sergipe, que é de R$ 4150. (JC)