A Polícia Federal (PF) de Salgueiro, no Sertão Pernambucano, conseguiu desarticular um possível grupo criminoso que estava aplicando golpes em beneficiários do auxílio emergencial, pago pelo Governo Federal por conta da pandemia de Covid-19, no município de Belém do São Francisco.
A operação Ágio Emergencial foi realizada na última sexta-feira (04) e o resultado foi divulgado na noite do domingo (06).

Segundo a PF, as investigações mostraram que, desde o mês de abril deste ano, um funcionário de uma casa lotérica estava cobrando indevidamente 10% dos valores do auxílio emergencial para que os beneficiários não enfrentassem filas. Em seguida, marcavam um local fora do estabelecimento comercial para fazer a entrega do dinheiro.

“Os envolvidos estavam cobrando e obtendo vantagem indevida em detrimento de pessoas de baixa renda, em situação de miserabilidade, por meio de um serviço público delegado pela Caixa Econômica Federal às casas lotéricas”, ressalta a nota feita pela PF.
Durante a operação, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal da 20ª Vara/PE, todos no sertão. As investigações indicaram que um funcionário de lotérica, de 26 anos, pagava para um motoboy, de 43 anos, a quantia de R$ 100 para que ele pudesse encontrar beneficiários interessados no saque do auxílio emergencial, coletar os cartões das vítimas, bem como suas respectivas senhas.
Depois do saque, o mototaxista entregava a seus proprietários a quantia restante, depois de ter abatido o valor dos serviços ilícitos. Após ter sido descoberto pelo dono da lotérica sobre as ações irregulares, o suspeito passava também a fazer os saques em outras agências bancárias de Salgueiro e Cabrobó.
A Polícia Federal informou ainda que na casa do principal suspeito foram encontrados e apreendidos um aparelho celular, um caderno com anotações dos saques, diversos comprovantes bancários de saques do auxílio emergencial, 27 cartões de benefício do Bolsa Família e do cidadão.
Os envolvidos responderão pelo crime de corrupção passiva prevista no artigo 317 do código penal e, caso sejam condenados, podem pegar penas de até 12 anos de prisão.
A operação recebeu o nome do Ágio Emergencial por fazer alusão a um valor adicional cobrado em operações financeiras. Via G1 Petrolina