Mais de 200 policiais em greve desocuparam nesta quinta-feira a sede da Assembleia Legislativa da Bahia (nordeste), onde se encontravam reunidos há nove dias, disse o tenente-coronel do Exército Márcio Cunha.
O líder da greve, Marco Prisco, um rival político do governador da Bahia Jaques Wagner e cuja prisão havia sido decretada pela justiça, foi detido, assim como outro líder do protesto, disse Cunha à imprensa.
“A Assembleia foi desocupada agora, no início da manhã. Os que tinham mandado de prisão foram detidos. O líder Marco Prisco foi detido”, precisou Márcio Almeida.
“Eles se renderam e saíram”, acrescentou. Uma fonte do governo da Bahia interpretou a saída dos policiais do prédio do poder legislativo como o fim da greve, durante a qual uma onda de violência se apoderou de Salvador e deixou mais de 120 mortos em nove dias, mais que o dobro da média habitual.
Dezenas de soldados fortemente armados subiram ao telhado e percorreram o interior do prédio do parlamento baiano para garantir a desocupação total, constatou um jornalista da AFP.
O cerco de mais de mil soldados que cercava a seda da Assembleia foi desfeito e os blindados do exército que se encontravam no local se retiraram.
“O governo entende que a greve acabou”, apesar da decisão ainda ter de ser formalizada, afirmou a fonte.
Os policiais grevistas se renderam “pelo isolamento na sociedade e na própria polícia militar”, explicou.
Os policiais em greve exigiam um aumento de salário e anistia para os 12 líderes do movimento alvo de uma ordem de prisão. O governo da Bahia aceitou a alta salarial de forma progressiva, mas rejeitou o indulto dos líderes e de outros policiais que violaram a lei.
O governo brasileiro acusa os policiais grevistas na Bahia de atos de violência e de semear o pânico entre a população para obter suas reivindicações nas vésperas do carnaval.
(Da AFP)
11H