O Detran prefere desassociar o crescimento das multas do aumento da frota. Aposta no incremento da fiscalização de trânsito no Estado, seja a realizada pelos seus agentes, os envolvidos na Operação Lei Seca, ou a feita pelos batalhões da Polícia Militar. Principalmente na Região Metropolitana do Recife. “Apertamos o cerco. O número de abordagens aumentou sensivelmente. Estamos mais presentes nas ruas. A criação do Comitê Estadual dos Acidentes de Motos e a ampliação das blitzes da Lei Seca ajudaram bastante”, argumenta o gerente de Fiscalização do Detran, Sérgio Lins.
Para desassociar as multas do crescimento da frota veicular do Estado, Sérgio Lins lembra que a quantidade de carros teve aumento de quase 11% em um ano – a frota em julho era de quase 2,2 milhões –, enquanto as infrações subiram 39%. “O que provocou esse aumento foi a intensificação da fiscalização. A Lei Seca virou política de governo, o Detran teve reforço de 30 agentes e o comitê criou metas para cada órgão envolvido com o trânsito. Houve direcionamento das operações para isso. Mais motoristas de carros e, principalmente, motoqueiros, passaram a ser abordados nas blitzes”, lembra.
As blitzes da Operação Lei Seca, de fato, estão abordando mais motoristas. O critério de escolha do condutor pelo sinal de possível embriaguez está sendo cada vez menos usado. Quando possível, todos que passam pela abordagem são convidados a fazer o teste do etilômetro. Os dados da operação mostram essa mudança. Em nove meses de operação subordinada à Secretaria Estadual de Saúde, a Lei Seca abordou 176 mil veículos e realizou 177 mil testes de alcoolemia basicamente no Grande Recife.
A infração mais praticada pelos motoristas continua sendo a mesma de 2011. O excesso de velocidade lidera, seguido pelo avanço de sinal e o estacionamento irregular. No caso dos motociclistas, as multas mais comuns são dirigir sem habilitação e sem capacete, infrações que, segundo o Detran, passaram a ser mais identificadas exatamente porque as abordagens aumentaram. (JC)